No alto do céu brilhante,
O Sol reinava em fulgor,
Com chama forte e vibrante,
Aquecia o mundo em cor.
A Lua, suave e formosa,
De brilho frio e distante,
Sonhava em boda gloriosa,
Num abraço cintilante.
Mas viu que o Sol, soberano,
Governava com ardor,
Enquanto ela, no oceano,
Só refletia seu fulgor.
Ferida, triste, calada,
Jurou nunca mais voltar,
Seguiu só, desconsolada,
Na sombra do seu lugar.
Porém, ao cair do dia,
Quando o Sol vai repousar,
A Lua vem, em magia,
E o céu começa a dourar.
Num breve toque e suspiro,
Se encontram no entardecer,
Um amor preso ao destino,
Que nunca pode viver.
E seguem, presos no tempo,
Sol e Lua a vagar,
Sempre juntos por momentos,
Mas sem nunca se amar.