A CORUJA DA ASA QUEBRADA

Em uma floresta densa e silenciosa, vivia uma coruja. conhecida por suas asas majestosas, que brilhavam sob a luz da lua, e por seus voos graciosos que a tornavam a caçadora mais habilidosa da região. Todas as noites, os outros animais da floresta admiravam sua elegância enquanto ela cortava o céu noturno.

Um dia, durante uma tempestade violenta, ela foi surpreendida por um raio que atingiu uma árvore próxima. Assustada, perdeu o controle do voo e caiu, machucando gravemente uma de suas asas. Incapaz de voar, a coruja se abrigou no chão da floresta, sentindo uma mistura de dor e tristeza. Sua asa quebrada parecia o fim de tudo o que a tornava especial.

Os animais, inicialmente preocupados, começaram a murmurar:

"O que será da grande coruja agora que ela não pode mais voar?" Até mesmo os ratos, que antes temiam a coruja, se perguntavam se ela sobreviveria.

Mas nem todos na floresta a abandonaram.

Uma pequena lebre que sempre havia admirado a coruja, decidiu ajudá-la. Todos os dias, trazia frutas, água e até folhas para cobri-la durante as noites frias. A coruja, que no início se sentia humilhada por aceitar ajuda, começou a perceber que não precisava enfrentar aquilo sozinha.

Com o passar das semanas, ela encontrou novas formas de se adaptar; começou a usar sua audição apurada para orientar a lebre e os outros animais mais jovens, ensinando-lhes os segredos da floresta. Sem voar, ela descobriu como encontrar pequenas oportunidades de caça e proteção no chão da floresta.

Eventualmente, sua asa começou a se curar, mas nunca voltou ao que era antes. A coruja nunca mais conseguiu alcançar as mesmas alturas, mas sua visão da vida mudou completamente. Ela entendeu que, mesmo sem voar como antes, tinha outras habilidades que podiam fazer a diferença.

E, assim, se tornou uma lenda viva na floresta, não por seus voos majestosos, mas por sua sabedoria, resiliência e gentileza. A asa quebrada nunca foi um fim, mas o começo de algo novo.

Essa história nos ensina que, mesmo quando enfrentamos adversidades, podemos encontrar novas forças em nós mesmos e nas conexões que fazemos com os outros.

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