Calada noite, ao longe um grito.
Sob a longa ponte corre lento o rio.
Do trem que passa ouve-se o apito.
Rumor das águas e um vento frio.
Caminha a esmo um pobre andarilho.
Às costas carrega o seu roto manto.
Sem um destino senta-se num trilho.
Morrer dará fim ao desencanto.
Enquanto jovem amou e foi amado.
Agora a solidão é companheira.
O direito a ser feliz lhe foi negado.
A morte para sempre a parceira
A fortuna outra chance lhe dará
Naquele trilho o trem não passará.