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Textos

a empada ou empadinha

 

escrevi sobre pastel, a empada teve um chilique, pois quer uma crônica também.

 

Vamos lá.

 

Pasteis são uma das especialidades do meu pai. Ele é multi talentoso pra muita coisa. Qualquer dia enumero seus talentos.

 

Sobre a empada, especialidade de minha mãe.

 

Provavelmente tem origem nos pastelões portugueses.

 

Consiste, basicamente, de uma massa de farinha e gordura, preenchendo forminhas que recebem o recheio e são cobertas com a mesma massa e depois assadas.

 

Os recheios são variados, o tradicional consiste em frango desfiado. Hoje acrescentam requeijão.

 

As empadinhas preparadas por minha mãe eram quebradiças, esfarelam facilmente. Ela dizia ser ‘massa podre’, o que fez meus irmãos recusarem comer a delícia, até entenderem não se tratar de podridão, mas do tipo de massa - sua textura.

 

Existem inúmeras lojas de empadas aqui na cidade, todavia usam massa mais firme, não desmancham. Prefiro as que se desmancham no colo e na boca. Muitas empadas contém requeijão  misturado ao recheio (agora botam requeijão em tudo dizendo tratar-se do Catupiry - uma fake news).

 

Além dos pasteis, sou fã das empadinhas. Em festinhas, dispenso os outros salgadinhos a favor das empadas - sem o tal requeijão …

 

Eu estava um dia parada num sinal de trânsito (semáforo), quando vi na esquina um rapaz empurrando um carrinho, semelhante aos carrinhos de picolé. Trazia adaptado um fogãozinho e uma chaminé saindo fumacinha. Estava escrito no dito cujo “empada da mamae”. Chamei o rapaz e comprei duas empadinhas, estavam quentinhas, cheirosas e apetitosas. Mas, porém, todavia, contudo, o semáforo abriu e precisei me mover. Um caos. Uma empada rolou para debaixo do banco, a outra se desmanchava em minha mão , fiquei confusa, se comia a empada se esfarelando, ou engatando na marcha, sei lá o que fazer.

Deixei o veículo ‘morrer’, comi um pouco de farelo de empada enquanto atrás de mim o povo buzinava … O semáforo voltou a fechar. Consegui resgatar meia empada debaixo do banco do carona e a comi.

 

Dias depois, encontrei numa esquina nos arredores de casa, um rapaz com um carrinho de empada semelhante ao anterior, não trazia anúncio, mesmo assim comprei uma empadinha. A massa não era podre, não desmanchava, tampouco esfarelava. Recheada com o detestável requeijão.

 

Nunca mais vi o rapaz da ‘empadinha da mamãe’.

 

Aprendi a fazer

 

 






 

daguinaga
Enviado por daguinaga em 30/03/2024
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