Os pais afirmam: - Que precocidade!
A menina já lê aos três anos de idade!
Esquece os brinquedos só levando a boneca.
Novo mundo descobre: uma biblioteca!
O quarto cheio de livros da casa do avô.

Os pais procurando por toda a cidade
Onde está a menina de tão pouca idade?
Abraçada a um livro e junto à boneca
Lá esta a menina: - Na biblioteca!
O quarto cheio de livros da casa do avô.

Já moça, formada na Escola Normal
Vai ser professora num pequeno arraial.
Nem parece uma escola a humilde casinha
No meio do mato, quase apodrecida,
Assim a encontra a professorinha.

Arredios, os alunos aos poucos chegando.
Alguns pais, à distância, permanecem espiando.
Em volta da mestra, sentados no chão,
Os alunos rabiscam, desenham figuras
Vão soltando, contentes, a imaginação.

Cativados os alunos com lindas histórias
São então preparados para muitas vitórias.
Os pais colaboram retirando o mato.
A pequena casinha ganha nova pintura
Assim se transformando em escola de fato.

Estão todos em festa. A alegria é geral.
São livros chegando ao pequeno arraial.
Ao lado da escola uma sala espaçosa lá foi construída
Ganhou mesas, estantes e cadeiras bonitas.
Os livros cheirosos lhe trouxeram vida.

Os adultos buscaram se alfabetizar
E as crianças passaram a lhes ensinar.
Que mudança ocorreu no pequeno arraial!
Os livros trazendo muita informação.
A biblioteca da escola era o ponto central.

Então informados do que lhes faltava
Enviaram pedidos à Capital.
Melhorar a estrada. Levar energia.
Água. Esgoto. Telefonia.
Ampliar a escola e a quadra esportiva.

E mais livros, mais livros.

Hoje a professora, já aposentada,
Recebe notícia do pequeno arraial.
Biblioteca ampliada, diz o Jornal.
Tem o nome da mestra.
Comovida, relembra sua grande jornada.
Na biblioteca do avô é que foi começada.