Um tipo bizarro
Bateu no meu carro
Não foi um esbarro
Tampouco arranhão.
Deixou amassado,
Com um vidro quebrado
Um pneu furado
E a placa no chão.
Chamar a polícia,
O seguro,
A perícia
Que funesta notícia
Será dada a João?

Que sujeito azarado
Ou embriagado?
Em seu carro sentado
Sem qualquer reação.
Estará machucado?
Ou atordoado?
Parece assustado
Com a situação.

E chega a polícia,
O repórter,
A perícia.
E, sabedor da notícia,
Vem também o João.

- Mostra o documento!
Vai pedindo o sargento
E examina atento
Minha habilitação.

O tal motorista
Que diz ser artista
E protagonista
De um filme de ação.
Por não ter documento
Irritou o sargento
Pois o seu argumento
Não lhe dava razão.

O carro do artista,
(Que mau motorista!)
Acabou rebocado.
Levaram o sujeito
Considerado suspeito
De um carro furtado.

Que susto danado!
Tive o carro amassado
Felizmente é passado
Mas não é ficção.
O tal motorista
De fato é artista
E jamais foi ladrão.
Sem saber, o coitado
Teve o carro clonado
O que foi provado
Resolvendo a questão.